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Funeral do engenheiro-chefe do Julia Ward Howe que morreu a bordo do NRP Lima.
(Imagem: Revista "Vida Mundial")

O contratorpedeiro NRP Lima encontrava-se em Ponta Delgada, a 26 de Janeiro de 1943, quando ali chegou um pedido de socorro através de uma mensagem de rádio enviada pelos náufragos do navio americano City of Flint, afundado pelo U-575 um dia antes.

O navio português teria de percorrer cerca de 300 milhas até ao local, mas antes de chegar, por volta das quatro da manhã do dia 28, foram avistadas luzes brancas e very-lights. Verificou-se que eram duas baleeiras rebocando cada uma delas uma jangada, com um total de 71 pessoas que pertenciam ao Julia Ward Howe, outro cargueiro americano, também afundado por um submarino alemão, o U-442.

Após recolher os náufragos o Lima prosseguiu as buscas e pelas 08.30 horas avistou uma primeira embarcação com 16 náufragos do City of Flint. As buscas continuaram seguindo as indicações dos recém recolhidos e avistaram-se mais dois salva-vidas, respectivamente às 10.14 e 11.35 horas, cada um também com 16 homens. Tentaram ainda localizar uma quarta baleeira com apoio da Aviação Naval só que a 30 de Janeiro recebeu notícias de mais um afundamento, 150 milhas a sudoeste do Faial e dirigiu-se para a zona. Não viram mais ninguém. Os dez náufragos da última baleeira foram achados pelo HMS Quadrant 46 dias depois do ataque quando um homem já tinha morrido a bordo.

Com pouco combustível voltou para Ponta Delgada, mas esperavam-nos grandes dificuldades. Com 119 náufragos a bordo enfrentou uma forte tempestade e uma avaria nas caldeiras, que quase fizeram naufragar o próprio Lima. Ficou exposto às ondas, “durante 45 minutos, atravessado ao mar, chegando a dar 67 graus de balanço e adormecendo apesar de ter, por precaução, enchido de água os tanques de nafta”, esclarece um relatório que se encontra na Torre do Tombo.