O "Maria Amélia"
(Foto: Blogue Navios e Navegadores)
Maria Amélia
(Portugal)
Capitão: Vitorino Miranda
Tipo: Vapor mercante
Tonelagem: 1765 tn
Proprietário: Sociedade Geral, Indústria e Transportes
Porto: Lisboa
Construção: Neptun A.G., Rostock, Alemanha (1913)
Mirandella
(Portugal)
Capitão: Henrique de Oliveira
Tipo: Vapor mercante
Tonelagem: 5179 tn
Proprietário: Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lda
Porto: Lisboa
Construção: Bremer Vulkan A.G., Vegesack, Alemanha, (1906)
A 29 de Maio de 1942, pelas 11.50 horas, o vapor Maria Amélia avistou um submarino que lhe fazia sinais de paragem e que, depois de se ter aproximado até cerca de meia milha, se afastou sem qualquer comunicação ou sinal. No seu relatório o capitão Vitorino Miranda acredita que era alemão, apesar de não ter avistado quaisquer marcas identificadoras.
Pelas 12.10 horas os portugueses retomaram a rota de Lisboa para Nova Iorque e, passados 25 minutos, avistaram novo vulto que pensaram ser outro submarino, mas que se revelou uma baleeira com 14 náufragos, recolhida às 13.25 horas. Dez eram tripulantes do holandês Polyphemus e quatro do norueguês Norland, que em poucos dias se viam náufragos pela segunda vez depois do terem sido recolhidos e novamente torpedeados.
No dia 31 de Maio, já perto do EUA, o Maria Amélia foi sobrevoado, questionado e identificado por aviões e por um contratorpedeiro americanos. A 1 de junho entregaram os náufragos e o salva-vidas em Nova Iorque e no mesmo dia o cônsul holandês fez-lhes uma visita agradecendo o salvamento.
Os tripulantes do Mirandella, em rota similar de Lisboa para Nova Iorque, avistaram um outro salva-vidas do mesmo navio pelas 07.35 horas do dia 3 de junho, com 15 náufragos a bordo, três dos quais tinham igualmente integrado a tripulação do Norland. Os homens, extenuados, receberam tratamento médico para alguns ferimentos ligeiros e foram deixados - tal como o salva-vidas - em Nova Iorque a 5 de junho de 1942.
O Mirandella, da Sociedade Geral
(Fotografia: Blogue Navios e Navegadores)
Dos outros náufragos – num total de 65 homens – 10 foram recolhidos a 1 de junho pela embarcação de pesca americana Huntington Sanford, 13 a 2 de junho pelo Torvanger e outros 10 a 5 de junho, pelo USCGC General Greene.
O Norland, foi afundado a 20 de maio de 1942 pelo U-108. Cinco dias depois catorze dos seus náufragos foram encontrados pelo Polyphemus que, 24 horas depois, ficava na mira do U-578. Dois torpedos a curta distância demoliram-lhe a popa e mataram quinze tripulantes chineses. Sessenta e dois sobreviventes abandonaram o navio em cinco salva-vidas. O U-boat questionou-os, deixou cigarros e o rumou para Nova Iorque.
Os cinco salva-vidas separaram-se na segunda noite. Pouco antes de serem recolhidos pelo Maria Amélia os náufragos tinham falado com o comandante Kelbling do U-593, e terá sido esse U-boat que se cruzou pouco depois com o vapor português. Outro salva-vidas também teve encontros com U-boats antes de ser recolhido pelo USCGC General Greene. Primeiro, no dia 29, com o U-566 que lhes forneceu água e, no dia seguinte, com o U-593 que lhes forneceu pão e uma garrafa de rum.
Carlos Guerreiro
Polyphemus
(Holandês)
Capitão: Cornelius Konigstein
Tipo: Mercante a motor
Tonelagem: 6269 tn
Proprietário: Nederlandsche Stoomvaart Mij “Oceaan”
Porto: Amsterdão / Amsterdam
Construção: Scott´s Shipbuilding & Engineering Co Ltd, Greenock (1930)
Fontes:
National Archives UK, Kew (GB) § Arquivo Histórico da Marinha (PT) § Arquivo Histórico do MNE (PT) § uboat.net § Lista dos Navios da Marinha Portuguesa, datas 1939 a 1945 § Warsailors.com § Diário de Notícias § Mirandella - Navios e Navegadores § Maria Amélia - Navios e Navegadores