Informação sobre o ataque ao Mahronda contida nos War Diaries do Almirantado
(Natonal Archives and Record Administration, USA)
Nacala
(Portugal)
Capitão:
Tipo: Rebocador
Tonelagem: 2072 tb
Proprietário: Companhia Nacional de Navegação
Porto: Lisboa
Construção: Inglaterra (1886)
Na manhã de 12 de junho de 1942 entrava no porto de Moçambique o rebocador Nacala puxando três baleeiras com náufragos do vapor britânico Mahronda, afundado na tarde anterior pelo submarino japonês I-20. Um pouco mais a norte, perto da praia da Cabaceira, foi encontrado outro salva vidas que foi também rebocado para Moçambique por um barco a motor enviado pela capitânia. Uma quinta embarcação, com o segundo oficial, chegou à localidade da Choca seguindo um pequeno bote a remos.
No total chegaram a Moçambique 154 tripulantes e três passageiros deste navio que tinha partido de Durban com destino a Lourenço Marques. Seis apresentavam ferimentos mais graves e foram internados no hospital Miguel Bombarda, onde um acabaria por falecer.
Depois do navio se afundar os náufragos tinham-se distribuído por cinco baleeiras. Aquela em que seguia o comandante e duas outras chegaram à vista do farol da ilha de Goa na noite do dia 11 avisando o pessoal do farol da sua presença. Amarraram-se a uma bóia e esperaram pela manhã e pela mudança da maré para tentar entrar no porto, mas quando nasceu o sol apareceu o Nacala saído por ordem do capitão de porto. O rebocador regressou pouco depois à mesma zona porque avistou outra baleeira e uma jangada agora do panamiano Hellenic Trader. Uma embarcação a motor foi também enviada pelo capitão de porto para realizar buscas, tendo encontrado e rebocado para Moçambique um quarto salva-vidas.
A quinta baleeira, que tinha avançado para terra antes das restantes, porque tinha problemas de flutuabilidade, entrou em Choca seguindo um bote com dois colonos brancos, que mais tarde identificou como sendo alemães. Aparentemente tinham na sua posse um radiotransmissor, uma observação que levantou a suspeita de que os alemães de Moçambique abasteciam os U-boats e também os informavam da presença dos navios Aliados. Investigações posteriores confirmaram que apesar de ser verdade que os consulados alemão e italiano forneciam informações militares aos serviços secretos dos seus países, não existia por parte da comunidade um apoio directo à frota de submarinos ativa no canal.
Em terra os náufragos do Mahronda e também do Hellenic Trader ficaram alojados nas instalações de empresas locais e no único hotel da região. Ao Governador da Província do Niassa foi pedida ajuda para obter colchões, tendo sido facilmente entregues 45 pois tinham sido comprados 200 para assegurar a dormida dos que seguiram na comitiva do presidente da República, Óscar Carmona, numa visita às colónias em 1939.
O Mahronda foi atingido por um torpedo disparado pelo submarino japonês I-20 pelas 17.30 horas do dia 11 de junho. Três baleeiras ficaram destruídas, mas a tripulação escapou nas cinco que sobreviveram. A uma foi ordenado que se dirigisse para terra pois estava a meter água, enquanto as outras ficaram nas imediações do navio ferido até perto da 20.30 horas quando este se afundou.
Carlos Guerreiro
Mahronda
(GB)
Capitão: W. Hill
Tipo: Vapor de carga
Tonelagem: 7926 TB/ GT
Proprietário:
Porto:
Construção:
Fontes:
National Archives UK, Kew (GB) § Arquivo Histórico da Marinha (PT) § Arquivo Histórico do MNE (PT) § Shipping Company Losses of the second World War, Ian M. Malcolm § Lista dos Navios da Marinha Portuguesa, datas 1939 a 1945 § British and Commonwealth merchant ship Losses to Axis submarines 1939-1945, Alan J. Tennent § NARA