Manuel António Carlos era tripulante do navio grego Antonis quando este foi abordado pelo cruzador corsário alemão Kormoran a 6 de janeiro de 1941. Apesar da Grécia ainda não ter entrado na guerra a embarcação transportava três metralhadoras inglesas e quase cinco toneladas de carvão galês, razões suficientes para os alemães a apreenderem.

O navio foi afundado e a tripulação aprisionada. 

Para além de Manuel António Carlos estava também a bordo o português Venâncio Almeida. No dia 7 de fevereiro, ao largo de Cabo Verde, o Kormoran encontrou-se com o Nordmark, um navio de reabastecimento para onde foram transferidos cerca de 170 marítimos aprisionados em diversos navios aliados.

O Nordmark regressou a França, possivelmente em Maio, com cerca de 800 prisioneiros aliados a bordo. Os marítimos foram transferidos para o campo de prisioneiros Marlag and Milag Nord, a norte de Bremen, um campo desenhado para alojar tripulantes de navios mercantes.

A Manuel Carlos é atribuído o número de prisioneiro 88967, enquanto Venâncio de Almeida ficou com o número 88966. Em agosto de 1943 o Ministério dos Negócios Estrangeiros recebeu das autoridades britânicas uma lista com diversos nomes de marítimos portugueses detidos, em que ambos os homens são mencionados como estando prisioneiros em Marlag and Milag Nord sem receberem qualquer apoio financeiro.

Cinco dos portugueses mencionados ficaram retidos até fevereiro de 1944, altura em que graças à intervenção do governo português, foram libertados e enviados de comboio para Lisboa. Manuel Carlos perdeu-se dos companheiros durante a viagem e chegou a 19. No dia seguinte foi a vez de chegarem Venâncio de Almeida, Florêncio da Silva, João da Cruz e Manuel Lopes Brioso.