Alfredo da Silva Martins seguia bordo do cargueiro neutral sueco Stureborg, a viajar sob bandeira da Cruz Vermelha Internacional, quando - a 14 de Junho de 1942 ao largo da ilha de Chipre - o navio foi atacado e afundado por aviões torpedeiros italianos.

O português conseguiu entrar numa jangada com outros nove sobreviventes, entre os quais o português António Amaral. Na pequena embarcação existiam apenas algumas latas de conserva e pouca água. 

Quando 19 dias depois a jangada encalhou numa praia da Palestina apenas António Amaral tinha sobrevivido. Alfredo Martins morrera durante o percurso.

Outros onze tripulantes tinham morrido durante o afundamento, entre eles Francisco Teodoro, mais um português. 

Alfredo da Silva Martins era bastante conhecido nos meios desportivos de Lourenço Marques. Filiado no Sporting local, era também campeão dos 1500 metros, jogador de futebol e de polo-aquático.

O Stureborg era um dos vários navios neutrais ao serviço da Cruz Vermelha Internacional empenhados no transporte de abastecimentos, correio e encomendas para prisioneiros, entre outras operações humanitárias. Neste caso o navio vinha do porto do Pireu, na Grécia, onde descarregara géneros alimentares para ajudar a população.

Carlos Guerreiro