O Almirante Sousa e Faro recolheu os homens do Dago

Tripulação do Dago chega a Lisboa

Tripulação do Dago chega a Lisboa
(Foto: Revista "Mundo Gráfico")

Almirante Sousa e Faro
(Portugal)

Capitão: José André dos Santos
Tipo: Salva-Vidas
Tonelagem/Tonnage:
Proprietário: Inst. Socorros as Náufragos (ISN)

Porto: Peniche
Construção:

O ataque ao cargueiro britânico Dago, realizado por um Fw 200 Condor da Luftwaffe, foi visto de Peniche e o Almirante Sousa e Faro, o salva-vidas local, saiu para socorrer os náufragos. O navio foi atingido por várias bombas a 15 de março de 1942 e cerca de uma hora depois os portugueses estavam junto de duas baleeiras com um total de 37 tripulantes a bordo. Quinze ocupantes de uma, parcialmente destruído durante o lançamento, foram transferidos para o Almirante Sousa e Faro, enquanto a outra foi rebocada para terra.

Foi à luz de holofotes montados pelos bombeiros que desembarcaram no porto de Peniche. Receberam ainda a ajuda de pescadores que se meteram à água, alguns até à cintura, para os trazer todos bem a terra, apesar da forte ondulação que se sentia. Num carro dos bombeiros foram transportados ao Hospital da Misericórdia onde todos receberam assistência médica. Três ficaram internados por apresentarem quadros mais complicados, nomeadamente, uma crise de asma, uma fractura numa perna e uma ferida no ânus. 

Os que não ficaram hospitalizados seguiram no dia seguinte para Lisboa na companhia de 24 garrafas de brandy oferecidas pela população.

O Dago partiu de Liverpool a 21 de fevereiro de 1942 com destino a Lisboa, integrado no comboio OG.80 constituído por 30 mercantes e cinco escoltas. Carregava 30 toneladas de mercadoria onde se incluíam sabão e máquinas. Na tarde de 15 de abril saiu de Lisboa com destino a Leixões, mas foi atacado por um Fw200-Condor comandado pelo tenente Otto Göse, que partira de Bordéus-Merignac, em França. O avião fez duas passagens sem disparar, enquanto os artilheiros britânicos tentavam mantê-lo à distância com metralhadoras e foguetes. À terceira a aeronave disparou os canhões e largou três bombas que explodiram no castelo de proa, num porão vazio e na água, junto ao casco, condenando o navio.

Um dos dois salva-vidas ficou preso e foi atingido pela hélice destruindo a amurada e alguns remos. O outro escapou por pouco quando o Dago se inclinou durante o afundamento.

Carlos Guerreiro




Dago
(GB)

Capitão: H. Bryan
Tipo: Vapor de carga
Tonelagem: 1756
Proprietário: Ellerman Wilson Line Ltd.
Porto: Hull
Construção: Caledon Shipbuilding and Co. (1902)

Fontes:

National Archives UK, Kew (GB)  §  Arquivo Histórico da Marinha (PT)  §  Wrekside.eu  § Shipping Company Losses of the second World War, Ian M. Malcolm §  SS Dago – De destroço a navio Arqueografia Comparativa - Jorge Russo  §  Mundo Gráfico  §  Diário de Notícias