No dia 22 de julho de 1943 o vapor português Inhambane regressava a Lisboa, vindo de Montevidéu, no Uruguai, quando pelas 7 horas da manhã avistou pela proa uma pequena embarcação que trazia os 46 sobreviventes do vapor britânico Harmonic, afundado pelo U-172 dias antes.

Segundo a imprensa os homens estavam sedentos e ansiavam por tabaco. Foi ainda fornecida roupa e tratados os ferimentos que alguns apresentavam.

O comandante português entendeu que a viagem até Lisboa, com tanta gente a bordo, seria muito longa e difícil, razão porque se dirigiu ao porto da Baía, no Brasil. Como não queria aportar enviou um telegrama ao cônsul britânico pedindo um navio para fazer o transbordo à entrada do porto. As autoridades inglesas prepararam a operação e no dia 24, pelas 17.30 horas, o Inhambane fez a transferência retomando a rota para Lisboa pelas 21.00 horas.

O Harmonic – que estava em trânsito da Argentina para a Serra Leoa - foi atingido por um torpedo disparado pelo U-172 às 20.43 horas do dia 15 de julho de 1943. Um fogueiro morreu na explosão, mas os restantes tripulantes conseguiram salvar-se na única baleeira que conseguiram arriar. Do submarino foi oferecida ajuda a um dos feridos - que foi recusada - e o capitão fez ainda um pedido de desculpas por terem afundado o navio antes de se afastarem.

O comandante do Harmonic decidiu navegar até à costa sul-africana e na manhã em que foram recolhidos pelo navio português tinham avistado pela primeira vez terra á distância.   

Carlos Guerreiro