O arrastão bacalhoeiro “Santa Princesa” regressava da Terra Nova para Leixões quando, às seis horas do dia 10 de Julho de 1941, duzentas milhas a norte da Ilha do Corvo, os seus tripulantes avistaram pela amura de estibordo a vela de uma pequena embarcação.

O capitão António Trindade da Silva Paião deu ordem para guinar o navio na direcção da baleeira recolhendo sete tripulantes – um inglês e seis indianos – pertencentes ao navio britânico “Designer” afundado um dia antes pelo submarino alemão U-98.

Os náufragos contaram a bordo do Santa Princesa que dos 71 tripulantes que estavam a bordo apenas 30 tinham conseguido embarcar em três baleeiras, nomeadamente 14 homens numa, nove noutra e sete naquela que o bacalhoeiro português tinha recolhido. Durante a noite tinham perdido de vista as restantes baleeiras e não sabiam sequer em que direcção estas tinham navegado.

Do “Santa Princesa” fez-se uma observação cuidada do horizonte na tentativa de localizar as outras baleeiras, mas nada foi visto. Retomada a viagem de regresso a Leixões foi reforçado o número de vigias na esperança de localizar outros sobreviventes, mas também aqui nada aconteceu até aportarem no dia 15 pelas 22.10 horas.

O afundamento do “Designer”

O “Designer” partira de Ellesmere Port com destino à Cidade do Cabo integrado no comboio OB-341 até ao dia 6 de julho de 1941, altura em que os navios com destino ao Atlântico sul dispersaram seguindo as suas rotas de forma independente.

O navio transportava abastecimentos militares, mais de 200 sacos de correio e era comandado por Donald Archibald McCallum que foi uma das vítimas quando o navio foi atingido por um dos dois torpedos disparados pelo U-98 a noroeste dos Açores.

O “Designer” desapareceu em cerca de seis minutos. Trinta homens terão conseguido sair, mas apenas sete seriam encontrados. De todos os outros não se voltaram a ter notícias.

Conforme a fonte que se consulta o número de tripulantes a bordo e de homens salvos varia. Em várias fontes, incluindo algumas primárias, surgem mais de oitenta tripulantes em vez dos 71 referidos no relatório do capitão do Santa Princesa. Outros asseguram que 11 tripulantes – um inglês e 10 indianos - foram recolhidos pelo bacalhoeiro, número rebatido pelo relatório entregue pelo português em Leixões.