Sultana
(Cabo Verde, Portugal)
Capitão:
Tipo: Cuter
Tonelagem: 21,26
Proprietário: Vergilio Carlos Rochetau
Porto: São Vicente, Cabo Verde
Construção: São Vicente, Cabo Verde (1933)
Acontecimento: Salvou 23 tripulantes do mercante britânico Auditor deixando-os na ilha de São Vicente, em Cabo Verde.
Os 23 homens da baleeira do chefe dos oficiais do cargueiro britânico “Auditor” já tinham avistado ao longe a ilha de São Vicente, em Cabo Verde, quando foram detetados pelo veleiro de cabotagem “Sultana” que os recolheu e deixou depois na ilha a 16 de Julho de 1941.
Esta baleeira estava no mar há 13 dias transportando 7 europeus e dezasseis indianos da tripulação. A situação estava a degradar-se pois as reservas de água e comida estavam a esgotar-se apesar do racionamento implementado desde o primeiro dia.
Ao chegarem ao porto de São Vicente foram recebidos pelas autoridades locais e inúmeros residentes que lhes deram as boas vindas. Diversos náufragos foram alojados nas casas de elementos da comunidade britânica.
Outras duas baleeiras, transportando 24 homens cada uma, também chegaram ao arquipélago, nomeadamente, a Santo Antão. A 15 de Julho aquela em que seguia o capitão e, dois dias depois, a liderada pelo segundo oficial do “Auditor”.
Segundo a documentação portuguesa os tripulantes foram repatriados em dois grupos. O primeiro partiu no dia 21 de Agosto de 1941 no paquete “Colonial” para a Cidade do Cabo, na África do Sul, e o segundo no dia 10 de Setembro de 1941 no paquete “Guiné” para Bathurst (Canadá).
O relato do chefe de oficiais H. T. Wells, recolhido pelo Sultana, por seu lado refere que saíram de São Vicente a bordo do H.M.S Gorlestone no dia 18 de Setembro com destino a Bathurst.
O afundamento do Auditor
O “Auditor” saiu de Oban, na Escócia, no dia 22 de Junho de 1941, transportando 5100 toneladas de carga geral, entre os quais se incluíam 12 aviões. O destino era a Cidade do Cabo e para lá chegar em segurança integraram o comboio OB-337, que reunia navios com vários destinos entre eles o Atlântico Sul.
No dia 30 o comboio dispersou-se, altura em que o “Auditor” assumiu sozinho a realização do último troço da sua viagem, mas no dia 4 e julho, pelas duas da manhã, foram atingidos por um torpedo por bombordo que causou uma explosão que ecoou por todo o navio.
Uma verificação rápida ao interior do casco confirmou que estava a ficar alagado e que o “Auditor” se afundava. Uma das quatro baleeiras tinha sido destruída na sequência da explosão, razão porque os sobreviventes tiveram de ser distribuídos pelas restantes três que entretanto foram lançadas à água. O navio levou cerca de 18 minutos a afundar-se.
Vários tripulantes foram obrigados a atirar-se à à água e foram recolhidos posteriormente pelos três salva-vidas. Dos 71 tripulantes, um foi dado como morto.
Um dos salva-vidas tinham um aparelho de rádio que foi usado para enviar mensagens de socorro. Apesar de não terem recebido qualquer resposta resolveram ficar nas imediações do local do afundamento na esperança que surgisse algum navio que tivesse ouvido a comunicação.
Passadas 36 horas, sem que aparecesse qualquer navio, resolveram zarpar para a terra mais próxima que eles sabiam ser Cabo Verde. Quatro horas depois de velejarem rumo ao arquipélago as baleeiras separaram-se, voltando a encontrar apenas em São Vicente quando todos ali foram desembarcados.
Auditor
(GB)
Capitão: E. Bennett
Tipo: Vapor mercante
Tonelagem: 5444
Proprietário: T & J Harrison
Porto: Liverpool
Construção: Escócia, 1924
Destino: Afundado pelo U-123 a 4 de Julho de 1941. Um morto, 75 sobreviventes.
Fontes:
- Arquivos: Arquivos Nacionais Torre do Tombo (PT); National Archives UK, Kew (GB); Arquivo Histórico da Marinha (PT); Arquivo Histórico do MNE (PT);
- Sites: uboat.net;
- Livros & Publicações : Shipping Company Losses of the second World War, Ian M. Malcolm;