Ao fim da tarde do dia 5 de outubro de 1942 entrava no porto de Lisboa o vapor português Cubango trazendo 28 náufragos de dois navios diferentes, nomeadamente, 15 do britânico Trevilley e 13 do holandês Breedijk. Os primeiros foram encontrados pelas 21.30 horas de 20 de setembro no Golfo da Guiné. Segundo a imprensa havia dez dias que estavam expostos a um tempo tempestuoso que os deixara bastante abatidos, exaustos e com fome. Apesar do que tinham passado conseguiram subir sozinhos a escada de corda que foi lançada do Cubango. Informados de que existiriam mais baleeiras nas imediações os portugueses realizaram buscas até de manhã, mas sem resultados.

Após retomarem a rota para Lisboa, avistaram, pelas 18 horas, outra baleeira com 13 náufragos que pertenciam à guarnição do Breedijk, afundado a 14 de setembro. Como o Cubango não tinha rádio de ondas curtas comunicou as descobertas ao Malange que estava próximo, mas este não terá passado a informação a Lisboa. A marinha na capital portuguesa só tomaria conhecimento dos salvamentos quando novo rádio foi enviado, mas de Bissau, onde foi feita uma escala.

O Trevilley foi afundado a 12 de setembro de 1942 pelo U-68 que o torpedeou e complementou o ataque com artilharia da cobertas. Os tripulantes abandonaram-no em três baleeiras, mas o submarino aprisionou o capitão e outro oficial. Treze sobreviventes foram encontrados pelo navio francês Annamite, que procurava vítimas do Laconia, sendo desembarcados em Dakar, território francês de Vichy. Outra arribou na Costa do Ouro, mas pelo caminho perdeu dois homens, não porque tivessem morrido, mas porque saltaram borda fora quando se aproximaram de território francês dias antes. Ambos ficaram internados, ao contrário dos restantes que preferiram continuar a remar até chegar a território amigo. 

Carlos Guerreiro