Joaquim Rodrigues era fogueiro a bordo do navio grego Faneromeni quando foi torpedeado pelo submarino japonês I-37, no Canal de Moçambique. Apesar do mercante se ter afundado em poucos minutos, depois de ter sido atingido por dois torpedos, apenas se registou um morto entre os 38 tripulantes.

O ataque ocorreu pelas 06.25 horas do dia 23 de outubro de 1943 e consta que a explosão do navio – que segundo algumas fontes transportaria explosivos – foi ouvida e sentida em Angoche.

O português chegou à costa de Moçambique numa das duas baleeiras que foram lançadas ao mar. A arribada aconteceu durante tarde do mesmo dia numa praia, ainda longe de Angoche. O ferido mais grave, um britânico que tinha o braço esquerdo esfacelado por estilhaços, foi deitado sob a vela de um dos salva-vidas, enquanto um grupo liderado por Rodrigues se pôs a caminho de Angoche. Depois de atravessar pântanos e floresta chegaram ao destino na manhã seguinte. 

O facto de existir um português entre os recém-chegados permitiu reunir rapidamente um grupo e socorro onde se incluíam vários indígenas e também um médico.

A viagem até à praia foi feita em canoas. À chegada Rodrigues ficou desagradado com o tratamento dado ao ferido que tinha sido praticamente esquecido pelos companheiros. Por essa razão apenas os dois regressaram em canoas enquanto os restantes - incluindo o capitão e outro ferido com menos gravidade - fizeram o caminho pela floresta.

O britânico – Archibald Cameron – viu o braço ser amputado no hospital em Angoche. Foi o último dos tripulantes do navio a ser repatriado, tendo voado para Durban, no dia de natal de 1943.

Joaquim Rodrigues é referido em alguma documentação Aliada como Jack Rodrigues.

Carlos Guerreiro