Oficial Ilmavoimat (Força Aérea Finlandesa)
Unidade –
local de nascimento –
Data de nascimento - 16/01/1911
Data de falecimento –
Pai –
Mãe –
José Tuñon com o uniforme da Força Aérea Finlandesa.
(Fotografia: Esfera)
José Tuñon foi um dos poucos portugueses a combater na primeira guerra na guerra russo-finlandesa - a chamada guerra de Inverno - que começou em novembro de 1939 e se prolongou até março do ano seguinte.
Segundo a revista Esfera, uma publicação de propaganda pró-alemã, Tuñon foi um dos voluntários estrangeiros que integrou a Força Aérea Finlandesa pilotando bombardeiros e caças.
Piloto, formado em Portugal na Escola Civil de Pilotagem Manuel Bramão, José Tuñon pertencia também à Legião Portuguesa e assegurou durante a entrevista que uma das razões porque viajara para a Finlândia se prendia com os seus deveres enquanto legionário, nomeadamente, o “combate” ao comunismo e ao anarquismo.
Não se percebe quando e como chegou à Finlândia. Pode ter lutado ao lado dos franquistas, como Viriato ou voluntário, durante a Guerra Civil de Espanha e depois seguido para o conflito mais a norte - como aconteceu com outros combatentes estrangeiros -, ou ter-se mobilizado quando na imprensa portuguesa esta guerra com os russos foi noticiada. O conflito recebeu ampla cobertura nos meios de comunicação do país que assistiu a uma das maiores vagas de solidariedade em que se recolheram víveres e agasalhos.
José Tuñon num Junkers K43 da Força Aérea da Finlândia
O corpo diplomático finlandês acreditado em Lisboa agradeceu este apoio em diversos jornais em abril de 1940, enquanto José Tuñon assegura que durante a sua permanência no país nórdico “muito o sensibilizaram as referências feitas ao apoio moral e material recebido”.
Na sua carreira de aviador militar terá feito voos em bombardeiros - Junkers -, e caças - Morane e Bull-dog -, participando em ataques e combates especialmente na zona do Báltico. Uma bala feriu-o numa perna. Pelas suas ações diz ter recebido a medalha nº 68 de aviador militar finlandês e outras três distinções por participar em ações em Viiburi, Báltico e ilhas Aaland.
Quando a entrevista foi realizada tinha sido assinado um acordo de paz entre a Finlândia e a Rússia, mas o conflito reacendeu-se após a invasão alemã da União Soviética. Não foi possível apurar se Tuñon voltou a participar na nova ação.
Foi ainda possível apurar que, no regresso a Portugal, a 29 de Novembro de 1940, José Tuñon foi interceptado na Suíça, no cantão de St. Gallen pelas autoridades policiais. Dirigia-se para uma reunião com o consul português em Genebra, mas deu nas vistas porque vestia o sobretudo de cabedal e o uniforme militar das forças armadas finlandesas. Foi interrogado por diversas horas na fronteira.
As autoridades suíças referem que tinha então residência em Helsínquia, era possuidor de uma imagem impecável e como tinha visto e toda a documentação de viagem em ordem, foi libertado, seguindo viagem para Genebra.
Carlos Guerreiro/ António Fragoeiro